sábado, 17 de julho de 2010

PAULINHO JK




Paulo Gomes da Silva é um escritor brasileiro, fotógrafo e aventureiro nascido no município de Ji-Paraná, Estado de Rondônia em 02 de janeiro de 1969. É filho de Nivaldo Gomes da Silva e Maria das Graças da Silva. Com vinte dias de nascido, Paulo foi entregue pelos pais para sua vó materna Marinalva Alves da Silva e seu avô materno José Sinfrônio da Silva, lavrador e agricultor do município. Paulo teve uma infancia difícil, desde de muito jovem já trabalhava com o avô na feira livre de Ji-Paraná para vender frutas e verduras. Ele acordava a uma hora da manhã para ir com o avô ao centro da cidade.


SUA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA, INÍCIO ARTÍSTICO

Com sete anos de idade, chamava a atenção de suas professoras pela grande habilidade com desenhos, escrita e leitura. Paulo já escrevia cartas e criava pequenos contos, demonstrando seu interesse posterior com a criação literária. No ano de 1979, enquanto levava um cavalo para beber água, Paulo sofreu um terrível acidente. Ao cair do cavalo que montava, teve uma lesão no nervo radial, localizado no antebraço direito. Fato que mudaria para sempre sua vida. Para conseguir concluir os estudos primários, o pequeno Paulo precisou realizar todas suas avaliações oralmente

Como não havia a antiga quinta série primária onde moravam, e seu avô passava por dificuldades financeiras, Paulo e sua família, venderam o pequeno sítio e se mudaram para uma periferia da cidade, conhecida como bairro Dom Bosco.

Paulo passou a estudar na escola Professor José Francisco dos Santos, onde sofreu bastante a partir de sua quinta série primária. Com dificuldades físicas, por conta da lesão de seu antebraço, e das chacotas feitas pelos colegas que classe, foi desistimulado a continuar seus estudos, e resolveu então abandonar a escola, passando a vender picolé em uma sorveteria da época.

Em 1984, retomou seus estudos, ingressando na escola municipal Professor Aluisio Ferreira, onde começou a militar no movimento estudantil, participando de reuniões e assembléias realizadas no Sindicato dos Bancários de Ji-Paraná. No mesmo ano teve seu primeiro contato com a Pastoral da Terra, da igreja Católica, e com o grupo de Teatro Arterial, do entãO presidente Firminetto Mendes Silva, fundador do teatro.

Paulo foi convidado também pelo professor Braulio Barbosa da Silva, conhecido como “Braulião”]], a compor a Fanfarra municipal de Ji-Paraná, tocando um instrumento conhecido como ” Caixa de Guerra”. Paulo passou a ser um ativista político, e foi grande defensor das Diretas Já. Ganhou seu primeiro nome artístico “Toquinha”, nome dado pelo mesmo professor Braulião.

A partir de 1985, Toquinha passou a ajudar nos espetáculos “Quando eu crescer”,e “Eu, vocês e eles”, ambos do grupo de teatro Arterial, que só viria a ser apresentadas em 1988 e em 1989. Antes, em meados de 1986, Toquinha foi um dos percussores e defensor da criação do Teatro Dominguinhos, sendo inaugurado apenas em 1995. Ainda entre 1986 e 1987, Toquinha trabalhou nas rádios Alvorada e Ji-Paraná, tendo também testemunhado o nascimento da rádio Clube Cidade 93,7 fm.

Na mesma época, no auge do rock nacional, criou junto com um grupo de amigos Raudson, Nelton e “Bagaga”, a banda de rock “Banda Desistent”, onde ele era baterista. As letras eram de protesto político, e pregavam a anistia política e liberdade de expressão.

Em 1990, foi um dos fundadores do espaço cultural “Beira Rio Cultural”, destinado a promover a cultura Ji-paranaense. No mesmo ano, começou a escrever poesias, e duas peças de teatro. Esse também foi o ano em que resolveu acrescentar em seu nome artístico a qualificação “General”, e trocou o QU por K em Toquinha, ficando agora conhecido pelo nome artístico de “General Tokinha”.


SUA VIAGEM DE BICICLETA

A partir de julho de 1991, General Tokinha começou a planejar sua lendária viagem de bicicleta do estado de Rondonia até a capital do país. Antes, porém, em outubro do mesmo ano, um grupo de artistas do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversões de Brasília, SATED-DF, estiveram em Ji-Paraná no intuito de profissionalizar os artistas do estado, através de bancas capacitadoras e registro profissional. Na época Paulo Silva, ou General Tokinha, foi profissionalizado como técnico em iluminação, e foi um dos fundadores do SATED-RO.

No dia 15 de fevereiro de 1992, já com o nome artistico de atleta “Brasileirinho”, dado pelos amigos Wamberto Xavier, Sonigley das Neves e Firminetto Mendes Silva, General Tokinha, atrás de uma cirurgia para correção do nervo radial em seu antebraço direito, partiu de viagem de bicicleta cross para Brasília saindo de seu município Ji-Paraná.

A viagem lendária durou 27 dias, e sua média de quilometragem diária era por volta de 90 Km. Por onde “Brasileirinho” ou General Tokinha passou, angariou diversos amigos e companheiros anônimos que lhe davam força e torciam por sua vitória. Mas sua viagem não foi apenas as mil maravilhas, General Tokinha teve muitos percalços e dificuldades pelo percurso. General Tokinha trazia em sua mochila uma bandeira com os dizeres “RONDÔNIA NÃO É UMA DROGA!”, em alusão a críticas feitas na época de que em Rondonia não se produzia nada além de entorpecentes.

Chegou em Brasília em março de 1992, sendo recebido pelos seus companheiros do SATED-DF, Valmir Ferreira, Lia Samara e Francisco Chagas Rocha. Conseguiu enfim realizar sua cirurgia no Hospital Sara Kubitcheck, com a ajuda dos companheiros de SATED-DF, em maio. Em setembro do mesmo ano, foi um dos ativistas dos “caras pintadas” que pedia o impeatchment do então Presidente Fernando Collor de Melo.


SUA PRIMEIRA OBRA

Anos mais tarde, retomou seus estudos em Brasília, onde começou a participar da vida cultural, integrando variados projetos, seminários e congressos. Daí começou a escrever seu primeiro livro com título provisório “O cavalo alado”, com grande contribuição do amigo e escritor “Magu Cartabranca”. O mesmo amigo o indicou para a Thesaurus Editora de Brasília, onde conheceu o também grande amigo Victor Alegria e seu filhor Victor Tagore Alegria.

Foi na Editora de Victor Alegia, que General Tokinha realizaria seu grande sonho, e publicaria seu primeiro livro, com o título modificado para “Aventucross”, que conta sua saga da viagem de Rondonia a Brasília, em textos e fotografias, e com ilustração de Toninho de Souza, artista plástico de renome em Brasília e no mundo. Antes, porém, participando do CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) realizado no auditório Parlamundi da LBV (Legião da Boa Vontade) em Brasilia, o General Tokinha conheceu o escritor e cartunista Ziraldo Alves Pinto (Ziraldo),o qual cedeu sua imagem em uma foto, que seria publicada na contracapa de sua obra “Aventucross”.

Na publicação de seu primeiro livro “Aventucross”, no ano de 1999, General Tokinha, a pedido de Victor Tagore, mudou novamente seu nome artistico para Paulo Silva. No mesmo ano, participando do lançamento da revista “Bundas”, uma alusão a revista “Caras”, publicada pela editora de Ziraldo, Paulo conheceu Luis Fernando Veríssimo, e em uma roda de conversa com o escritor e, além do amigo Ziraldo, entregou um exemplar de sua obra com a foto tirada com Ziraldo.

Seu livro passou a ser figurinha fácil na Feira do Livro de Brasília. E ao lado da escritora e pedagoga Ley- Li Nay Paes Leme e Toninho de Souza, foram convidados para participar de um evento intitulado "Dia do escritor", realizado no Teatro Nacional de Brasília no dia 25 de julho de 1999. Evento idealizado pela Thesaurus Editora de Brasília e Secretaria de Cultura do DF. Participou do projeto do Correio Braziliense e TV Brasília, intitulado: Brasília 40 anos, onde textos e fotos da sua obra foram publicados em um DVD e revista comemorativa, pela Edições Ciclope. Recebendo O DVD e a revista em janeiro do ano seguinte no Memorial JK das mãos de Márcia Kubitscheck.


SEGUNDA OBRA: UMA HOMENAGEM A BRASÍLIA

No ano de 2000, conheceu o editor do antigo jornal Notícias Trevo Azul, senhor Romão, e passou a ser colunista permanente em educação com o tema: Ensinar não é educar! No mesmo ano, com a colaboração de Toninho de Souza, resolveu escrever seu segundo livro, que contaria a história da cidade de Brasília, dando foco na cidade satélite do Núcleo Bandeirante. Começou a escrever sua obra literária ainda inédita “Descobrir Cabral", que narra a infancia de Pedro Alvares Cabral, com ilustrações do senhor Romão.

A partir de várias pesquisas junto ao Arquivo Publico do DF, ao Museu da Memória Viva Candanga de Brasília, na NOVACAP, e na Administração do Núcleo Bandeirante, e com entrevistas com pioneiros do Distrito Federal, produziu seu segundo livro “Ontém cidade livre, hoje cidade livro”, publicado com recursos do Fundo da Arte e da Cultura (FAC), pela Thesaurus Editora de Brasília em março de 2002.

Passou a palestrar em escolas públicas do DF, especialmente acerca de seu segundo livro, por ter grande abordagem histórica de Brasília, e ter cunho pedagógico.

Em 2005, Paulo formou-se em Técnico Agrônomo pela Escola Agrotécnica Colégio Agrícola de Brasília, hoje atual IFB – Instituto Federal de Brasília. Mesmo ano que tomou posse, por concurso público, do cargo de auxiliar em educação pela Secretaria de Educação do Distrito Federal, onde é ativista sindical, filiado ao Sindicato dos Auxiliares em Educação –SAE-DF. Paulo Silva também é fotográfo profissional, e passou a cursar a partir de 2006 Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil – Ulbra.

Atualmente Paulo Silva utiliza um novo nome artistico, de “Paulinho JK”, criado em 2008, e está trabalhando em novas obras literárias, além de estar em processo de finalização seu livro “Descobrir Cabral”, e lançar uma série de cartões postais comemorativos a viagem de bicicleta intitulada: Aventucross – o filme, que relembra os 18 anos de sua saga de bicicleta de Rondonia a Brasília.


OBRAS DO AUTOR

Aventucross, aventura (1999)
Ontem cidade livre, Hoje cidade livro, história (2002