Dia do poeta! Terça-feira, dia 20 de outubro. Parabéns aos poetas. Mas escrever poesia, hoje, tão nebulosos os dias, justifica? Qual a importância da poesia com tanta conturbação à vista e escondida? Escrever poemas se a vida se turva. O marido bêbado que bate e depois estupra a mulher todo santo dia. A juventude se mata e morre nos embalos de sábado à noite, envolta em névoas tóxicas. Os remédios que deveriam ser distribuídos ao povo pobre são vendidos por quadrilhas e gente morre na fila. Gente morre na rua, vítima de balas traçantes na guerra civil mal dissimulada que se trava e se mistura às milícias de traficantes, bem embaixo das janelas lacradas pelo pânico. E gente morre nas estradas desenfreadas. E gente destrói plantações de frutas enquanto há fome. O dinheiro do governo – o nosso suado dinheirinho – nas mãos de terroristas. E as camisinhas se rompem e a menina de quinze anos se engravida e pega a morte no primeiro orgasmo. O velho se cala no canto da sala, na incerteza da aposentadoria pendurada no fio tênue da Previdência deficitária. O querosene do lampião queima a esperança no cafofo debaixo da ponte. O mendigo uiva e o cão sarnento rosna. Osso único. O dólar cai, a bolsa sobe e o banqueiro se dá bem. E vice versa: o banqueiro se dá bem. O emprego vai para o ralo. As prestações vencem e o salário se exaure nas dívidas contraídas por impulso de TVs mostrando que o barato é consumir. O país está a salvo, ou a caminho de. Os políticos na pantomima contumaz. O cansaço do palavrório. Quem não tem, – espera para amanhã. Quem souber escrever o nome do presidente do Irã que escreva – ele vem aí com todos os prótons e os neutros. Que Deus e o Menino Jesuzinho nos salve dos bispos milionários e dos padres pedófilos. Com tantos frutos de desamor e o pobre do Adão foi expulso do Paraíso por uma maçã. “Mundo vasto mundo. Se eu me chamasse Raimundo. Seria uma rima, não uma solução”. E o poeta desses versos já morreu. Santíssima! Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome, então por que escrever poesia? Para manter acessa a humanidade que ainda existe em cada um que possa ler. E porque o poeta é um doido mesmo. Amém.
Serviço
Crédito da imagem: www.aleac.ac.gov.br/aleac/edvaldomagalhaes/in…
Por Carlos Magno
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
PERSEGUIÇÃO A LUTADORES SOCIAIS
Perseguição a lutadores sociais
PSOL denuncia crimes contra defensores da educação e da reforma agrária
Em discurso no plenário da Câmara, o líder do PSOL, deputado Ivan Valente, denunciou a perseguição política contra lutadores sociais no Brasil, ocorridas recentemente. O deputado falou da condenação injusta sofrida por dois defensores da reforma agrária em Minas Gerais e do assassinato de dois líderes sindicais da educação na Bahia. “Pedimos a apuração rigorosa e a punição dos criminosos e mandantes desse crime, ao mesmo tempo em que repudiamos a decisão da Justiça mineira, que não analisa a necessidade de uma reforma agrária”.
Leia o discurso do deputado Ivan Valente.
“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como Líder do PSOL, ocupo a tribuna neste momento para denunciar dois fatos muitos graves ocorridos no País, nesse país em que lutadores sociais são condenados, em que lutadores sociais são assassinados, e esses fatos não têm repercussão política.
Quero, em primeiro lugar, manifestar minha solidariedade aos companheiros João Batista da Fonseca, membro da Coordenação Nacional do Movimento Terra e Liberdade (MTL) e Presidente do PSOL de Minas Gerais, e Wanduiz Evaristo Cabral, o Dim Cabral, membro da Coordenação Estadual do MTL e da Executiva Estadual do PSOL de Minas Gerais, que foram injustamente condenados a 5 anos e 6 meses de prisão por lutarem a favor da reforma agrária neste País e no Estado de Minas Gerais.
Não podemos aceitar a perseguição política e a condenação de lutadores sociais, quando os verdadeiros criminosos de colarinho branco continuam à solta, quando ladrões do capital financeiro, aqueles que não têm ética na política, continuam à solta por aí. Por isso o método de criminalizar a luta social na tentativa de calar os trabalhadores e conter a luta justa pela reforma agrária deve ser repudiada.
Registro a nota pública do Movimento Terra e Liberdade que esclarece o caso e as acusações falsas e conclama à reparação dessa injustiça.
Quero dar como representativo isso, Sr. Presidente, e mostrar a falta de provas constantes nos autos contra esses dois lutadores sociais pela reforma agrária em nosso País e demonstrar aqui, em nome do Partido Socialismo e Liberdade, a nossa total solidariedade com esses dirigentes do PSOL e lutadores sociais.
Aproveito este momento para denunciar um crime político, com pouca divulgação na mídia nacional, ocorrido em Porto Seguro, Estado da Bahia, contra dirigentes da categoria de professores.
Dois líderes sindicais, presidente e secretário-geral do sindicato em Porto Seguro, dirigentes de primeira linha, defensores dos interesses da educação e defensores dos interesses dos trabalhadores, foram emboscados para garantir privilégio naquela cidade. Foram chamados para uma emboscada, e a família do presidente do sindicato foi feita refém.
Os dois lutadores sociais Álvaro Santos e Elisney Pereira foram atraídos, através de chantagem com sua família (mãe, irmão e filho), e foram literalmente fuzilados na cidade de Porto Seguro. Um deles morreu na hora, e o outro foi transportado a hospitais de Porto Seguro e posteriormente de Salvador.
Entendemos que a Delegacia Regional do Descobrimento daquela área está hoje de luto. Todos os educadores devem responder a essa infâmia, que é o assassinato direto, a emboscada contra lutadores sociais, por defenderem uma plataforma política pela categoria.
Quero registrar nota pública, para que a Câmara dos Deputados faça constar dos seus Anais, da Comissão Provisória do Partido Socialismo e Liberdade de Porto Seguro que descreve o ocorrido, mostrando a impunidade e a falta de divulgação.
Nessa nota pública, pedimos a apuração rigorosa e a punição dos criminosos e mandantes desse crime, ao mesmo tempo em que repudiamos a decisão parcial da Justiça de Minas Gerais, que não analisa a necessidade de uma reforma agrária, a distribuição da terra, que não leva em conta a concentração brutal da propriedade no País que criminaliza os movimentos sociais, persegue os lutadores de primeira linha, os pobres, os excluídos que lutam por melhores condições de vida e trabalho e os que lutam por uma reforma agrária.
Sr. Presidente, por isso o PSOL, solidário com os lutadores da reforma agrária, os dirigentes de Minas Gerais, e também com os professores e suas famílias que sofreram esse bárbaro crime, pede o registro desses dois documentos nos Anais da Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente
PSOL denuncia crimes contra defensores da educação e da reforma agrária
Em discurso no plenário da Câmara, o líder do PSOL, deputado Ivan Valente, denunciou a perseguição política contra lutadores sociais no Brasil, ocorridas recentemente. O deputado falou da condenação injusta sofrida por dois defensores da reforma agrária em Minas Gerais e do assassinato de dois líderes sindicais da educação na Bahia. “Pedimos a apuração rigorosa e a punição dos criminosos e mandantes desse crime, ao mesmo tempo em que repudiamos a decisão da Justiça mineira, que não analisa a necessidade de uma reforma agrária”.
Leia o discurso do deputado Ivan Valente.
“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como Líder do PSOL, ocupo a tribuna neste momento para denunciar dois fatos muitos graves ocorridos no País, nesse país em que lutadores sociais são condenados, em que lutadores sociais são assassinados, e esses fatos não têm repercussão política.
Quero, em primeiro lugar, manifestar minha solidariedade aos companheiros João Batista da Fonseca, membro da Coordenação Nacional do Movimento Terra e Liberdade (MTL) e Presidente do PSOL de Minas Gerais, e Wanduiz Evaristo Cabral, o Dim Cabral, membro da Coordenação Estadual do MTL e da Executiva Estadual do PSOL de Minas Gerais, que foram injustamente condenados a 5 anos e 6 meses de prisão por lutarem a favor da reforma agrária neste País e no Estado de Minas Gerais.
Não podemos aceitar a perseguição política e a condenação de lutadores sociais, quando os verdadeiros criminosos de colarinho branco continuam à solta, quando ladrões do capital financeiro, aqueles que não têm ética na política, continuam à solta por aí. Por isso o método de criminalizar a luta social na tentativa de calar os trabalhadores e conter a luta justa pela reforma agrária deve ser repudiada.
Registro a nota pública do Movimento Terra e Liberdade que esclarece o caso e as acusações falsas e conclama à reparação dessa injustiça.
Quero dar como representativo isso, Sr. Presidente, e mostrar a falta de provas constantes nos autos contra esses dois lutadores sociais pela reforma agrária em nosso País e demonstrar aqui, em nome do Partido Socialismo e Liberdade, a nossa total solidariedade com esses dirigentes do PSOL e lutadores sociais.
Aproveito este momento para denunciar um crime político, com pouca divulgação na mídia nacional, ocorrido em Porto Seguro, Estado da Bahia, contra dirigentes da categoria de professores.
Dois líderes sindicais, presidente e secretário-geral do sindicato em Porto Seguro, dirigentes de primeira linha, defensores dos interesses da educação e defensores dos interesses dos trabalhadores, foram emboscados para garantir privilégio naquela cidade. Foram chamados para uma emboscada, e a família do presidente do sindicato foi feita refém.
Os dois lutadores sociais Álvaro Santos e Elisney Pereira foram atraídos, através de chantagem com sua família (mãe, irmão e filho), e foram literalmente fuzilados na cidade de Porto Seguro. Um deles morreu na hora, e o outro foi transportado a hospitais de Porto Seguro e posteriormente de Salvador.
Entendemos que a Delegacia Regional do Descobrimento daquela área está hoje de luto. Todos os educadores devem responder a essa infâmia, que é o assassinato direto, a emboscada contra lutadores sociais, por defenderem uma plataforma política pela categoria.
Quero registrar nota pública, para que a Câmara dos Deputados faça constar dos seus Anais, da Comissão Provisória do Partido Socialismo e Liberdade de Porto Seguro que descreve o ocorrido, mostrando a impunidade e a falta de divulgação.
Nessa nota pública, pedimos a apuração rigorosa e a punição dos criminosos e mandantes desse crime, ao mesmo tempo em que repudiamos a decisão parcial da Justiça de Minas Gerais, que não analisa a necessidade de uma reforma agrária, a distribuição da terra, que não leva em conta a concentração brutal da propriedade no País que criminaliza os movimentos sociais, persegue os lutadores de primeira linha, os pobres, os excluídos que lutam por melhores condições de vida e trabalho e os que lutam por uma reforma agrária.
Sr. Presidente, por isso o PSOL, solidário com os lutadores da reforma agrária, os dirigentes de Minas Gerais, e também com os professores e suas famílias que sofreram esse bárbaro crime, pede o registro desses dois documentos nos Anais da Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente
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